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Geógrafo pela Universidade Estadual de Santa Cruz-UESC,Ilhéus/Itabuna; Urbanista pela Universidade do Estado da Bahia, UNEB, Campus Salvador; Especialista em Metodologia para o Ensino Superior, pela Fundação Visconde de Cayru; pós-graduando em Ecologia e Intervenções Ambientais pelo Centro Universitário Jorge Amado, UNIJORGE.

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domingo, 7 de julho de 2013

Tecnologia nas escolas: uniformes com chip

Itagibá é a segunda cidade na Bahia a adotar uniforme escolar com chip

O uniforme é reconhecido por sensores na portaria da escola e os pais são informados por mensagem de texto que o aluno chegou ou saiu da escola

Jogar videogame, sair para namorar ou simplesmente dar uma volta por aí são algumas das tentações que podem atrair qualquer jovem no momento em que ele estiver na escola. 

Mas agora, em Itagibá,  no Sudoeste do estado, “filar” aula ficou mais difícil. Os alunos de três escolas da rede municipal terão um dedo-duro no corpo: o uniforme inteligente. 

Equipado com uma etiqueta RFID (identificação por rádio-frequência), o uniforme é reconhecido por sensores na portaria da escola e os pais são informados por mensagem de texto que o aluno chegou ou saiu da instituição. A escola também é notificada. 

Sistema envia ao pai mensagem quando o aluno entra ou sai da escola

O sistema, que foi implantado na cidade de Vitória da Conquista no ano passado, foi adotado para evitar que jovens que, em tese, estavam na escola, ficassem pela rua.

“Os meninos estavam se envolvendo com drogas, por exemplo. O objetivo é combater a evasão, mas também criar uma relação mais estreita entre pais e escola”, disse a secretária municipal de Educação de Itagibá, Elinea Souza.

Em 2012, 341 alunos dos 3.444 matriculados abandonaram as escolas do município, um índice de 10%. 

“Ajuda até a planejar a merenda da escola, porque ficamos sabendo quantos alunos vieram”, disse a diretora do Colégio Municipal 14 de Agosto, Célia Renê Gouveia. 

Aos estudantes que já estiverem pensando em como driblar a própria farda, Célia esclarece: “pode lavar, botar na máquina e passar que não estraga o chip”. E se um estudante levar a farda do colega na mochila? “Já fiz o teste: o computador acusa a presença. Mas, na chamada, o professor verifica a ausência”, explica. 

O investimento da prefeitura foi de R$ 300 mil para atender, inicialmente, três das seis unidades de ensino do município. A iniciativa, neste primeiro momento, abrange 1.200 estudantes. Cada aluno receberá duas camisetas com a etiqueta. Não há custo para os pais ou responsáveis. 

“Eu não gostei muito de saber que os nossos pais vão receber mensagens da escola. Mas, depois, achei legal. É diferente”, disse Ellen Miranda Borges, 12, aluna do 7º ano do Colégio 14 de Agosto que garante que não vai desviar do caminho da escola. 
Carla Santos da Silva, 37, mãe de uma aluna, “amou” a ideia: “Quando eu soube do uniforme, pensei: por que não tinha  isso antes?”. 

Ela tem um bom motivo para gostar da ideia: sua filha Dâmaris, 15 anos, matava aulas para encontrar o namorado e há dois meses engravidou. “Eu saio cedo pro trabalho, então não podia acompanhar até a escola. Vim saber depois, o boletim cheio de faltas”. 

“Muitos deles (adolescentes) são influenciáveis. Param no caminho para jogar, namorar. Acho que vai ter uma redução”, completa Rosana Souza, também mãe de uma estudante. 

Crítica 
A doutora em Educação Telma Brito, professora do Ifba, vê o uniforme apenas um dispositivo de controle. “É uma aposta equivocada, porque quer dar conta de elementos que fogem ao nosso controle. Para saber se os filhos estão na escola, os pais precisam criar vínculos de confiança, cumplicidade, diálogo”, argumenta. 

Para a educadora, é preciso investir na causa do problema.  “O aluno evade porque tem que trabalhar, porque não está conseguindo acompanhar cognitivamente, por diferentes realidades. Não vai ser um chip que vai dar conta de resolver um problema estrutural”, avalia Telma. 

Segundo a secretária de Educação de Itagibá, o uniforme foi bem recebido, mas não é unanimidade. “Alguns pais fizeram críticas, de que é tirar a privacidade dos alunos. Acredito que como o público tem até uns 14 anos, ainda não é uma idade para ter total autonomia”, diz Elinea Souza. 

Para Telma Brito, o dinheiro investido com o uniforme poderia ter outro uso. “Se a escola é aquela mesmice a vida toda, não se torna um ambiente atrativo, com práticas distantes do seu mundo, aí ele prefere ficar na lan house, na praça. Por que não pega esse dinheiro e investe no professor e em instrumentos de trabalho eficientes?”, sugere.

Redes estadual e de Salvador têm ações contra evasão

Em Salvador, apenas o Centro Comunitário Tia Balá, em São Marcos, conta com o uniforme inteligente, adotado em agosto de 2011. Segundo a Secretaria Municipal de Educação (Smed), há estratégias pedagógicas para combater a evasão escolar na rede de ensino.

“Há encontros, monitoramento, contato com a família. Além disso, temos um diário de classe, onde é registrado individualmente pelo professor a vida escolar do aluno”, explica Luciene Costa, coordenadora interina de Ensino e Apoio Pedagógico da Smed. De acordo com Luciene, quando um aluno tem duas ou três faltas consecutivas, a direção ou coordenação pedagógica procura a família para saber o motivo da ausência. 

Ainda segundo Luciene, há um sistema de acompanhamento dos alunos. “Vemos se o aluno se matriculou, evadiu, trocou de escola. Ainda se há muita evasão em alguma unidade. Cercamos de todas as formas para que esse aluno não evada”. 

O mesmo ocorre na rede estadual de ensino. “Nós temos medidas de referência para combater o abandono. Os projetos são para garantir a permanência e a conclusão do percurso educativo”, destaca Amélia Maraux, superintendente de Educação Básica da Secretaria de Educação do Estado, que explica que a repetência é um dos principais fatores de evasão escolar. Entre os projetos citados está o Programa de Educação Integral.
Fonte: Correio 24H

Emprego - novos concursos

O Ministério do Planejamento aprovou a realização de três concursos públicos. Um deles será para analista do seguro social, com 300 vagas, que deve ser aberto em até quatro meses. Outro foi para 75 cargos das carreiras de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. A última autorização foi para o Ministério da Educação realizar concurso para 40 cargos de professor de nível superior, cinco para técnicos de tecnologia da informação e dez para assistentes em administração do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines). O prazo é de seis meses.

Cursos grátis em Vilas de Abrantes

Começam amanhã as inscrições para cursos de vendas, caixa, almoxarife e inglês da prefeitura de Camaçari. São oferecidas 120 vagas para os moradores de Vilas de Abrantes. Interessados  devem comparecer à Prefeitura Avançada da Orla, das 8h às 17h.


Concurso público para o Planserv

A partir do dia 15 começam as inscrições para o concurso do Planserv com 50 vagas para cargos de níveis médio e superior. Os salários são de até R$ 2.326,77. Para se inscrever, o candidato deve acessar o site www.planserv.ba.gov.br e clicar em ‘Processo Seletivo Simplificado’.


Concurso da Sudene tem 71 vagas e salários de até R$ 5 mil

Há vagas para portadores de deficiência. Oportunidades são para profissionais de nível médio e superior

O concurso público da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) preencherá 71 vagas imediatas para cargos de níveis superior e médio/técnico. As oportunidades são para analista técnico administrativo, arquiteto, contador, economista e engenheiro, engenheiro agrônomo, estatístico,geógrafo, geólogo, químico e agente administrativo, com salários que variam de R$2.570,02 a R$5.081,18, dependendo da atividade. 
As inscrições poderão ser feitas a partir do dia 18 de julho, até 12 de agosto, através do site da FGV projetos, organizadora do certame. A taxa é de R$82 para nível superior e R$72 para nível médio.
Há vaga para portadores de deficiência. A seleção será realizada por meio de provas objetiva e discursiva, que serão aplicadas no dia 15 de setembro em Recife.
Fonte: Coreio 24H


Mobilidade urbana - corredores exclusivos para ônibus em Salvador

Até 2016, capital terá 35 km em vias preferenciais para ônibus

Município promete investir R$ 1 bi nestas vias , buscando chegar à velocidade comercial de 24 km/h — hoje, os ônibus se locomovem a 12 km/h em média

Com apenas um modal de transporte capaz de cobrir toda a cidade — os ônibus —, Salvador tem um dos maiores problemas de mobilidade urbana entre as capitais brasileiras. Mas a prefeitura quer mudar, num prazo de três anos, o cenário que rende críticas de especialistas no país. 

De acordo com o secretário municipal de Urbanismo e Transporte, José Carlos Aleluia, corredores exclusivos para BRT devem estar prontos até 2016. O município também promete investir R$ 1 bilhão em 35 quilômetros de vias preferenciais para ônibus, buscando chegar à velocidade comercial de 24 km/h — hoje, os ônibus se locomovem a 12 km/h em média, mesma velocidade de São Paulo.


De acordo com Aleluia, uma das prioridades é fazer um “conjunto de vias exclusivas de ônibus da Lapa até o Iguatemi, chegando até a Ligação Iguatemi Paralela (LIP) e  Acesso Norte e também  até a Pituba”. Também será feito um corredor progressivo do aeroporto à Pituba. 

“Embora esse corredor não seja exclusivo, é preferencial para ônibus.  Serão em torno de 35 quilômetros e terá um conjunto de investimento de R$ 1 bilhão. A ideia é que fique pronto em 2016”, acrescentou Aleluia.

O secretário afirmou que vai tentar evitar a desapropriação e que, quando fala em vias exclusivas, pensa justamente na circulação do BRT. “Ainda estamos estudando a parte estrutural. O prefeito quer para 2016. O nosso custo é só com as vias, o dos BRTs é com as empresas”, afirmou. 

Atraso  
Para especialistas, o atraso no sistema de transporte da capital baiana é resultado da falta de investimento há quase 40 anos. Em meados dos anos 1970, quando foi criada a Empresa Brasileira de Transportes Urbanos (EBTU), estatal responsável pela política de mobilidade no país, capitais aproveitaram a verba disponível e implantaram sistemas de transporte que, hoje, ajudam a desafogar o trânsito. 

Quem não aproveitou isso naquela época, paga o preço até hoje. E Salvador é uma delas. “Com certeza. A melhor solução, hoje, é o transporte sobre trilhos. Salvador está aí há 20 anos construindo um metrô de seis quilômetros e ainda não acabou”, afirmou o presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Otávio Cunha.

Desde que a EBTU foi extinta, em 1991, a responsabilidade pelo transporte urbano nas cidades brasileiras passou às mãos dos respectivos prefeitos. Mas o problema da falta de continuidade a cada troca de governo e o baixo investimento em logística e infraestrutura impedem que a mobilidade avance. 

Para se ter uma ideia, a frota veicular do Brasil cresceu 107% entre 2002 e 2012, saltando de 35,5 milhões de veículos para 73,7 milhões. “Não houve investimento razoável na infraestrutura dos grandes centros. Se a infraestrutura aumentou, foi 5%”, apontou José Antônio Martins, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus) e executivo da Marcopolo.

Ar-condicionado 
Em Salvador, a expectativa é que a renovação da frota ajude a dar maior fluidez ao trânsito. Mas isso poderá impactar na tarifa, segundo Aleluia. As linhas serão reordenadas e 300 linhas tronco terão ar-condicionado. As demais, ventilação forçada.
 
Todos os novos ônibus funcionarão com motor no padrão Euro 5, menos poluente, e terão acessibilidade, o que significa mais eficiência e menos poluição. O Plano de Mobilidade Urbana também está em andamento e deverá ter como ponto de partida o plano para a Copa do Mundo. Ainda esta semana, as entidades da sociedade civil receberão convites para a formação do Conselho de Transportes.

Soluções 
Se muitas capitais brasileiras adotam mais de um modal de transporte público e ainda têm sérios problemas de mobilidade, Salvador, que conta apenas com os ônibus, passa por dificuldades ainda maiores. Durante o Seminário Nacional NTU 2013 & Transpúblico, realizado em São Paulo entre 3 e 5 de julho, o CORREIO conversou com especialistas em busca de soluções para a mobilidade urbana em Salvador.

Para o presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Ailton Brasiliense, Salvador ainda tem muito a investir em ônibus, mas não descarta a necessidade de colocar o metrô para funcionar. 

“Primeiro, Salvador tem um problema adicional que é a geografia, a topografia não é fácil. Segundo, vocês vão ter que investir em ônibus por muito tempo. Terceiro, tem que investir em metrô”, disse.

Brasiliense ressaltou que a capital baiana precisa fazer o “dever de casa” e que o problema da cidade não é tecnológico ou financeiro. “Vai ter que caprichar nos projetos, torcer para não eleger péssimos administradores, porque começam um projeto e os seguintes param”, alertou. 

O engenheiro acredita que o metrô pode ser a solução, desde que esteja interligado a todo o projeto. “Salvador tem pessoal técnico qualificado, deve estar tendo algum outro problema”.

Obstáculos   
O presidente da NTU, Otávio Cunha, também aposta no transporte de superfície como a alternativa mais rápida e mais barata. Segundo ele, é preciso ter corredores com vias segregadas, acessibilidade universal, passagem pré-paga, embarque livre para dar velocidade à viagem.

Cunha também acredita que é preciso democratizar o espaço urbano, dando preferência aos ônibus, além de incentivar o uso do transporte coletivo e investir em soluções político-administrativas. 

“A lei de mobilidade já recomenda a prioridade no transporte. O prefeito pode criar obstáculos e restrições ao transporte individual em algumas áreas da cidade. Esse é o grande problema de cidades mais antigas, como Salvador, Recife, São Luiz, onde as ruas são estreitas”.

O secretário de Urbanismo e Transporte, José Carlos Aleluia, disse que obstáculos serão criados. “Quando reduzimos a quantidade de estacionamentos na cidade, estamos fazendo isso. O estacionamento é um pedágio de fim de linha”, declarou.

A criação recente de faixas e vias exclusivas para ônibus e  alterações pontuais no tráfego em alguns pontos da cidade, como a Avenida Octávio Mangabeira e a Magalhães Neto, que costumam congestionar em horários de pico, são um bom começo. Mas, para o presidente da Fabus e executivo da Marcopolo, José Antônio Martins, é preciso fazer mais.

“Salvador precisa abrir  e criar corredores exclusivos de ônibus”, apontou. Em curto e médio prazos, essa é, na opinião de Martins, a melhor solução logística e de infraestrutura para uma cidade que possui apenas um modal, além dos trens do Subúrbio, que atendem a um trecho limitado da cidade.

BRT: projetos atrasam e até montadoras reclamam

Fabricantes de ônibus articulados no Brasil terão produção aquém da esperada este ano com relação aos veículos para operar no sistema BRT. 

De acordo com executivos das montadoras Volvo, Scania e Marcopolo, a expectativa de ter o sistema implantado, até o final deste ano, em cidades como Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Goiânia, Brasília, Natal, Recife e Salvador não deverá sair do papel por conta da falta de infraestrutura das cidades para receber o modelo. 

Produção de articulados está praticamente estagnada; indústria diz que com demanda entrega em 60 dias

“O projeto do BRT está atrasado e a venda de pesados está quase estagnada”, disse o gerente comercial da Volvo na América Latina, Euclides de Castro. Para ele, se o quadro continuar o mesmo, até o final do ano, o sistema estará longe de ser implantado na maioria das cidades. “Rio de Janeiro está mais avançado, o próximo é Brasília, mas Salvador parou. Eles não se decidiram se pelo metrô ou BRT e eu não acredito que nenhum dos dois estará operando até lá”, completou, se referindo à Copa do Mundo de 2014.

O gerente de Marketing da Scania, Marcio Furlan, disse que os projetos têm evoluído, mas a parte prática, com exceção de Rio de Janeiro e Brasília, não tem avançado. “Efetivamente, o BRT só se consagrou no Rio de Janeiro.  A maioria está atrasada”, afirmou.

Apesar disso, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus), José Antônio Martins, garantiu que a indústria está preparada para a demanda que surgir, com possibilidade de entrega dos veículos em um prazo de 60 dias. No entanto, não é possível implementar o sistema sem infraestrutura urbana nas cidades. “Não houve um investimento razoável na infraestrutura dos grandes centros. Na  maioria, os investimentos ficaram para trás. O governo federal tem planos, o problema é que esses planos não saem do papel por questões burocráticas”. 

Clarissa Pacheco, de São Paulo. A repórter viajou a convite da NTU.


8 Medidas Para a Melhoria do Transporte Público Coletivo Urbano no Brasil

1 Prioridade de circulação para o transporte coletivo nas vias urbanas sobre o transporte individual 
motorizado;

2  Elaboração imediata dos planos diretores e dos planos de mobilidade urbana por todos os municípios obrigados pela legislação, a serem construídos com a participação de representantes da sociedade civil organizada;

3 Continuidade dos investimentos federais, estaduais e municipais na infraestrutura para a mobilidade urbana;

4  Implantação de redes de transportes modernas, integradas, multimodais, racionais e de alto desempenho;

5  Implantação de uma política de mobilidade, construída com a participação efetiva da sociedade, com representantes nos conselhos municipais de transporte, estabelecendo qual o nível de serviço de transporte público que se deseja oferecer a todos os cidadãos e quanto isto vai custar ao passageiro (tarifa) e quanto vai custar ao governo (subsídio);

6  Desoneração dos tributos municipais, estaduais e federal que pesam sobre o setor de transporte público;

7  Subsídio com recursos públicos às gratuidades que oneram a tarifa paga pelos usuários;

8  Subsídio ao serviço, a ser pago por meio de um fundo com recursos dos combustíveis, distribuído aos municípios de forma proporcional à população.

Fonte: Correio 24H