Quem sou eu

Minha foto
Geógrafo pela Universidade Estadual de Santa Cruz-UESC,Ilhéus/Itabuna; Urbanista pela Universidade do Estado da Bahia, UNEB, Campus Salvador; Especialista em Metodologia para o Ensino Superior, pela Fundação Visconde de Cayru; pós-graduando em Ecologia e Intervenções Ambientais pelo Centro Universitário Jorge Amado, UNIJORGE.

Páginas

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Saúde da pele


Conheça dois problemas comuns de pele: eczema e psoríase


De ordem alérgica ou genética, todos podem sofrer destes transtornos


De acordo com o dermatologista do Hospital Albert Einstein, Mário Grinblat, tanto o eczema atópico quanto a psoríase podem ser localizados ou disseminados. A psoríase é uma manifestação inflamatória em que o processo de renovação celular é acelerado. O eczema, ou dermatite atópica, por outro lado, está ligado à predisposição à asma ou rinite alérgica. Entenda as diferenças destes problemas tão comuns de pele. 

Eczema 
Também conhecida como dermatite atópica, é uma doença que causa coceira e inflamação na pele. Normalmente, afeta dobras de joelhos e cotovelos, rosto, mas também pode cobrir a maior parte do corpo.
 Eczema atópico geralmente ocorre em pessoas que têm uma tendência atópica. Isso significa que eles podem desenvolver uma ou as três condições, que estão estreitamente ligadas: dermatite atópica, asma e rinite alérgica. Essas doenças geralmente aparecem antes dos três anos de idade e muitas vezes continuam ao longo da vida. O eczema não é contagioso. Estudos indicam que as doenças atópicas são geneticamente determinadas ou herdadas. Uma criança com um pai que tem uma condição atópica tem uma chance em quatro de ter alguma forma de doença atópica. 
Conheça os problemas mais comuns de pele: eczema e psoríase - Foto: Getty Images
O eczema geralmente aparece nas seguintes circunstâncias: quando a pele entra em contato com qualquer substância irritante como sabão ou alvejante, quando é exposta à água por muito tempo sem que se aplique um hidratante em seguida, quando há mudanças sazonais ou de umidade. Os sintomas incluem pele seca, descamação e coceira, fendas atrás da orelha, vermelhidão no rosto, braços e pernas que melhoram e pioram alternadamente. Durante as erupções podem se desenvolver úlceras com secreções e crostas devido ao ato de coçar ou por infecção. 

De acordo com o dermatologista do Hospital Albert Einstein, Mário Grinblat, o tratamento da dermatite atópica pode durar muitos meses e até anos e quase sempre requer: redução da exposição aos fatores desencadeantes (quando possível), uso de emolientes (hidratantes) e esteroides tópicos continuadamente. 

Psoríase 
"Também é uma doença muito comum, de causa familiar em um terço dos casos", afirma Mário. Ou seja, existe uma tendência pessoal, determinada pela genética, para se desenvolver o transtorno. Segundo o especialista, dois terços da população têm psoríase: uma manifestação inflamatória em que o processo de renovação celular, produção e passagem das células da camada basal (mais profunda) para a córnea (a mais superficial da epiderme) é acelerado. Esta renovação, que normalmente leva um mês, na psoríase ocorre em poucos dias, porque as células se movem rápido demais. 
Na maioria dos casos, a psoríase provoca manchas de pele grossa, vermelha, com escamas esbranquiçadas. Estas placas podem causar coceira ou dor e aparecem com mais facilidade nos cotovelos, joelhos e outras partes das pernas, couro cabeludo, parte inferior das costas, rosto, palmas das mãos e solas dos pés. Mas também pode ocorrer em outros lugares, incluindo as unhas das mãos e dos pés, genitais e no interior da boca. 
Existem algumas opções para tratamento da psoríase. O objetivo é controlar a crise e deixar a pele sem lesões. Infelizmente ainda não há cura definitiva que elimine a tendência a se desenvolver novas placas. O sucesso no tratamento vai depender da gravidade da doença, do tamanho das placas, do tipo de psoríase e de como o paciente reage a determinadas prescrições, que não funcionam da mesma forma para todos.

Casos simples melhoram com cremes, sendo mais comumente prescritos os produzidos com cortisona. Se o número de lesões for maior, pode-se optar por tratamentos mais complexos, como medicamentos por via oral ou banhos de luz. 
Fonte: Minha Vida

Urbanização de áreas degradadas

Urbanização em áreas de ocupação informal


Prefeitura de Santo André dá início a obras de saneamento, pavimentação e contenção em complexo de assentamentos exposto a riscos de desabamento de encostas

David Rego
Obras de asfaltamento e instalação de guias no Complexo Jardim Irene, em São Paulo




Localizado entre os municípios paulistas de Santo André e São Bernardo do Campo, o Complexo Jardim Irene é um conjunto de cinco bairros composto por assentamentos precários eonde a falta de adequação das construções habitacionais à topografia local trazem riscos à população com possíveis desabamentos de encostas. Para minimizar estes riscos, a prefeitura está revitalizando a região, em um projeto que engloba a requalificação dasáreas de risco em parques interligados einfraestruturados, a realização de obras de saneamento, urbanização e infraestrutura, além da contenção de taludes e construção de conjuntos habitacionais em espaços remanescentes ao redor das áreas verdes para realocação das famílias.

Geralmente em anfiteatros naturais onde nascem córregos que, com o mau uso do solo, passam a ser canalizados em escoamento de esgoto domiciliar, aumentando o potencial de desestabilização de encostas, as soluções adotadas restringem-se à execução de grandes muros de arrimos.
Na revitalização do Jardim Irene, porém, as soluções envolveram não apenas obras de engenharia. O projeto foi restringir as desapropriações às áreas de preservação permanente e às áreas de alto risco com impossibilidades de ocupação, e transformá-lasem áreas verdes. Estas áreas passarão a ser interligadas − por meio de obras de infraestrutura −, formando uma coroa verde que aumentará o potencial drenante através de solo permeável e ampliará o espaço de circulação e lazer da população local. Na interligação das áreas verdes, serão instaladas redes viárias, de água, esgoto, de drenagem, de coleta de lixo e iluminação pública.
Segundo o dirigente da Secretarioa de Desenvolvimento Urbano e Habitação de Santo André (SDUH), Frederico Muraro Filho, a valorização dos espaços públicos é fundamental neste tipo de projeto, pois incentiva os moradores a fazerem a manutenção. Para evitar a ocupação irregular das áreas comuns e dos eixos de interligação das áreas verdes, a prefeitura contará com a vigilância da equipe ambiental e também com a própria população. "A comunidade cria um conceito de preservação para cuidar do que fica bonito", acredita o secretário.

Custos da urbanização
A primeira parte do projeto, com criação da área verde, consumirá investimentos da ordem de R$ 30,74 milhões. As fases seguintes contemplam a construção de 212 unidades habitacionais, do tanque de retenção e de uma unidade de saúde. No total, o projeto terá custo de R$ 64,645 milhões. Iniciado no ano passado, levará 48 meses para ser concluído.
De acordo com o secretário Frederico Filho, os recursos serão financiados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal e pela prefeitura. Os recursos do PAC somam R$ 34,69 milhões, e o restante ficará por conta do Tesouro do município. O empreendimento começou a ser estudado em 2005, pelo projeto Prosanear, do Ministério das Cidades, mas acabou sendo incluído no PAC em 2007, enquadrado na área de saneamento. Recentemente, o município renegociou com Brasília e garantiu o acesso aos recursos.
Também está prevista a construção de outras 428 unidades residenciais fora do Complexo Jardim Irene, em um terreno mais próximo ao Centro de Santo André. Segundo Muraro Filho, a localização mais central do empreendimento compensa parcialmente o desgaste das famílias com a mudança.

Desapropriações
Inicialmente, a intenção era que as obras de urbanização do Jardim Irene não resultassem na remoção de famílias da região. Com o passar dos anos, o aumento populacional inviabilizou esta possibilidade, e o projeto atual prevê a remoção de 640 famílias do local, que abriga hoje 1.800 famílias. "Tivemos de rever o projeto, porque o número de famílias cresceu neste período", explica o secretário. No momento, cerca de 25% da etapa de urbanização já está encaminhada, segundo o secretário.
A decisão sobre os grupos que teriam que ser removidos foi tomada com base no declive dos terrenos e na proximidade em relação às nascentes de dois córregos existentes na região. Os córregos foram descobertos durante os primeiros estudos na área. Eles haviam sido assoreados ou tamponados, e casas foram construídas por cima deles. Estes pontos precisam atender a regras de áreas de preservação permanente, e por isso foram definidos espaços ao redor dos córregos onde a população seria removida. O vão livre deve ser de 15 m a 30 m para cada lado do córrego.

Contenção
Para as áreas em que a desapropriação se mostrou inviável ou desnecessária, a solução é executar obras de contenção de deslizamentos de terra. A equipe da prefeitura está avaliando diferentes alternativas, e uma delas é o uso de muros de concreto armado de flexão com fundação de tubulão, como destacado abaixo. Segundo o engenheiro civil Sérgio Bombachini, responsável da prefeitura pela fiscalização da obra, outras soluções técnicas também estão sendo estudadas, de acordo com as características de cada região.
O tipo de solo não varia muito dentro da área, mas o espaço para execução da obra se modifica nos diferentes pontos. "Em um espaço mais confinado, por exemplo, podemos optar por tubulão justaposto", explica. Neste caso, os tubulões são executados um ao lado do outro para contenção da terra. O muro de concreto armado de flexão é uma alternativa viável para locais com maior espaço.
Segundo ele, uma situação típica na região são vielas estreitas com taludes de montante e jusante com inclinação muito grande, que chegam a mais de 2,4 m de altura. Muros de gabiões também poderão ser adotados onde houver espaço, assim como solo grampeado, que é constituído por chumbadores de barras de aço injetados com calda de cimento, completadas com aplicação de concreto projetado. "Hoje estamos fazendo um trabalho para atribuir as diferentes soluções", explica.
De acordo com o engenheiro, todas estas soluções são usuais e tecnicamente consagradas. Outras alternativas são muros mistos de concreto armado e blocos estruturais de concreto, que estão sendo utilizados em locais com alturas de até 2,4 m onde as condições geológicas permitam. De qualquer modo, as soluções de contenção terão de ser mistas. A altura entre o limite superior e inferior do Complexo é de cerca de 100 m. Nos pontos mais extremos, as declividades chegam a 50%.
 

David Rego
Escavação de galerias de águas pluviais no Complexo Jardim Irene, em São Paulo
Saneamento e infraestrutura
Como ocorre em muitos morros Brasil afora, a ausência ou ineficiência de rede de drenagem e de esgoto no Complexo Jardim Irene é considerada fator de risco para os processos de erosão. Também por isso, o projeto de reurbanização envolve obras de saneamento e drenagem, a partir da instalação dos sistemas de abastecimento de água, de esgotamento sanitário e de drenagem de águas pluviais, além de paisagismo e recuperação ambiental.
Antes do inicio das obras, havia cerca de 40% de abastecimento de água e 20% de coleta de esgoto (sistemas precários). O projeto de saneamento para o Complexo Jardim Irene prevê 100% de atendimento de água e esgoto, beneficiando total de sete mil moradores.
As grandes diferenças de cotas na área do projeto − 905 m no ponto mais alto e 790 m no ponto mais baixo − obrigou que a região fosse dividida em três áreas de pressão, sendo:
Zona Altíssima (ZAA) − atende entre as cotas de 905 m e 875 m (Jardim Irene IV e V), que será atendida com a instalação de um novo booster;
Zona Alta (ZA) − entre as cotas de 875 m e 825 m (Jardim Irene II, III, IV e V) e serão atendidas pelo booster já existente.
Zona Média (ZM) − para as cotas de 825 m a 790 m (Jardim Irene I e II), que já são atendidas pela rede de distribuição do Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André (Semasa).
O esgoto doméstico será lançado na rede coletora existente do Semasa, localizada na estrada Caminho dos Vianas. Segundo a Secretaria, quase a totalidade dos efluentes de Santo André serão tratados até 2012 na estação de tratamento de esgoto da região do ABC, gerida pela Sabesp. Para isso, será necessária a execução do coletor tronco Mauricio de Medeiros e seu prolongamento até a estrada dos Vianas, que interligará o Jardim Irene ao coletor tronco do Jardim Guarará, contribuinte do interceptador Tamanduateí, levando os esgotos até a ETE-ABC. Este coletor terá aproximadamente 1,7 km de extensão com diâmetro provável de 400 mm.  
O sistema de drenagem de águas pluviais foi projetado em conformidade com o sistema viário previsto e será composto de bocas de lobo, bocas de leão, galerias de tubo de concreto, aduelas de concreto pré-moldado, poços de visita, escadas hidráulicas e canaletas de concreto tipo meia cana. As escadas hidráulicas serão utilizadas em locais de grande declividade longitudinal com a finalidade de condução e dissipação da energia.
O lançamento da captação das águas pluviais, que hoje é feito na várzea de um córrego, será realizado em um tanque de retenção por meio de um quadro rígido de concreto pré-moldado. "O lançamento da captação das águas pluviais no córrego Ciprestes poderia aumentar a possibilidade de alagamentos e inundações nos bairros adjacentes. A construção do tanque de retenção localizado justamente nessa área do córrego proporcionará a retenção e o retardo da chegada das águas pluviais na bacia adjacente", explica o secretário.
Por fim, a pavimentação asfáltica, com declividades longitudinais que variam de 0,5% a 25%, a ser executada em todo o complexo terá como vantagem adicional melhorar as condições de escoamento da água. Em lugares com declividade acentuada, a pavimentação será de concreto armado. "Soluções de pavimentação com blocos intertravados de concreto não são adequados para vias com declividade acentuada", comenta o engenheiro Bombachini.
 Fonte: PINIweb

Planejamento Urbano - moradias populares sustentáveis

Bairro popular


Planejamento urbanístico, equipamentos públicos, variedade de tipologias e soluções técnicas e de infraestrutura para minimizar o impacto ambiental são os diferenciais de conjunto residencial popular construído em Cubatão (SP)

FOTOS: MARCELO SCANDAROLI
Projeto conta com mais de 28 mil m2 de área verde, ciclovia, escola e sistema de transporte público local
Quando for completamente concluído, em junho de 2012, o conjunto residencial Rubens Lara receberá, em Cubatão (SP), mais de 1,8 mil famílias retiradas de áreas de proteção ambiental e com risco de desabamento da Serra do Mar, por onde passam as principais rodovias que ligam a capital ao litoral do Estado de São Paulo. Segundo a Companhia de Desenvolvi­mento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU), responsável pelo empreendimento, o projeto executado em uma área de 19,7 hectares procura combinar a necessidade de baixo custo de implementação com o atendimento a itens de sustentabilidade.
Os diferenciais do empreendimento começam pelo projeto urbanístico, desenvolvido para integrá-lo aos bairros vizinhos. O conjunto Rubens Lara foi projetado com uma grande espinha dorsal, atravessada por uma via que liga as duas maiores avenidas dos bairros vizinhos: Jardim São Luís e ao Jardim Casqueiro.


FOTOS: MARCELO SCANDAROLI
FICHA TÉCNICA
Área do terreno: 197.456,04 m²Área construída: 140.503,80 m²Ano do projeto: 2007Previsão de conclusão da obra: junho de 2012Capacidade: 1.840 famíliasArquitetura: Levisky Arquitetos Associados e Eduardo Martins Ferreira ArquitetosGerenciadora: Consórcio Cobrape EngevixConstrutora: Schahin Engenharia Engenharia: Humberto Emmanuel Schmidt Oliveira, superintendente de obras da Serra do Mar da CDHU; Eduardo Baldacci, gestor do programa de eficiência energética da CDHU; Marcelo Prado, gerente de obras da Serra do Mar da CDHU; Gil Scatena, assessor de sustentabilidade da CDHU

"Essa integração resolve um problema típico de conjuntos habitacionais, que são os transtornos, para os bairros vizinhos, decorrentes da falta de infraestrutura e de vias adequadas ao volume de pessoas que esses empreendimentos trazem", explica o engenheiro Humberto Schmidit, superintendente de obras da CDHU na Serra do Mar. Equipamentos de saúde, educação e transporte no local também foram previstos e seguem em construção em paralelo aos prédios de moradia.
Outra característica do residencial Rubens Lara é a sua divisão em pequenos conjuntos habitacionais. As edificações são organizadas em espaços definidos e contam, por exemplo, com áreas de convivência e churrasqueiras próprias. A CDHU acredita que essa configuração facilita a relação entre os condôminos e, consequentemente, a manutenção futura dos edifícios.
FOTOS: MARCELO SCANDAROLI
As quadras do novo bairro mesclam usos residenciais, comerciais e institucionais. Os equipamentos públicos institucionais e de lazer previstos no projeto devem atender não apenas o loteamento, como era feito tradicionalmente, mas toda a vizinhança. Dessa forma, busca-se atender não apenas as necessidades dos novos moradores, mas também promover a boa convivência e integração com os habitantes do entorno, além de se estimular a criação de um vínculo com o novo local de assentamento.
FOTOS: MARCELO SCANDAROLI
Ao todo, o conjunto habitacional terá oito áreas verdes - cinco delas com áreas de lazer e instalações esportivas de uso público. São quiosques, playgrounds, ciclovias, campos de futebol de areia, pistas de bocha, rampas de skate e outros equipamentos adaptados à cultura local para integrar o empreendimento à vizinhança já consolidada. Uma ciclovia contorna todo o conjunto e faz a divisa com a área protegida de mangue vizinha ao empreendimento.
FOTOS: MARCELO SCANDAROLI
Diferentemente da padronização de layouts de conjuntos residenciais econômicos, o Rubens Lara viabilizou tipologias variadas e construções horizontais e verticais
Entre as peculiaridades do residencial estão a diversidade de tipologias e a convivência entre construções horizontais e verticais, algo raro em conjuntos habitacionais que buscam a padronização de layouts e a consequente redução de custos. O empreendimento da CDHU em Cubatão conta com edifícios de apartamentos com elevador, sem elevador e casas (sobrados) sobrepostas. Neste projeto, a companhia também passou a trabalhar com o terceiro dormitório e a área útil da moradia passou de 42 m² para 64 m². Outra novidade é a concepção dos apartamentos do piso térreo com base nas exigências do desenho universal, que os torna mais adequados às necessidades das pessoas com mobilidade limitada. Uma equipe da CDHU faz um trabalho de levantamento e cruzamento de informações que resulta na seleção e direcionamento de cada família à tipologia mais adequada às suas necessidades.
FOTOS: MARCELO SCANDAROLI
Durante a execução do projeto, a companhia também adotou práticas de construção sustentável, como a reciclagem do lixo no canteiro de obras, reaproveitamento de água da chuva e reutilização dos resíduos sólidos quando possível. Parte do material gerado com a demolição de 5,3 mil moradias, cerca de 70 mil m³ de resíduos, foi usada no reforço de base de pavimentação, aterro de valas e em muros de pedras argamassadas.

Clique aqui para ver ampliado

Onde encontrar recursos para eficiência energética

A CDHU procurou a concessionária de energia elétrica para arrecadar recursos financeiros e viabilizar o sistema de aquecimento solar da água do residencial Rubens Lara. A solução se baseia na lei 9.991/2000, que obriga as concessionárias a investir pelo menos 0,5% de seu faturamento em programas de eficiência energética e 0,5% em pesquisa e desenvolvimento na área. Por isso, é possível estabelecer convênios com as empresas antes de elas submeterem seus projetos à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que regula o setor e deve aprová-los antes da execução.

Soluções de projeto

divulgação: CDHU
Pisos drenantes
A drenagem na região do conjunto residencial Rubens Lara é um problema crônico. O nível elevado do lençol freático e o movimento das marés comprometem os sistemas de captação e escoamento, e o sistema público lindeiro encontra-se invariavelmente assoreado.
O projeto do empreendimento empregou soluções para favorecer a drenagem no próprio terreno. Uma delas é a ampla cobertura de áreas verdes - 28.224 m², 14,29% da área total - especialmente grande para o padrão em habitação popular. Outra iniciativa foi o uso de piso drenante em todas as áreas pavimentadas de circulação de pedestres e de veículos, públicas e condominiais. A opção foi pelo piso intertravado em pré-moldado de concreto de quatro e 16 faces. O piso articulado também se adapta melhor às deformações do pavimento, assentado sobre solo de baixa resistência que apresenta acomodações com o uso.

divulgação: CDHU
Medição individualizada de água
A CDHU adotou a medição individualizada e remota de água para que cada unidade habitacional pague apenas o que consumiu. Isso evita desacordos entre condôminos em casos de inadimplência; ajuda no controle do consumo, pois quem gasta menos paga menos; e auxilia na identificação de fraudes e vazamentos.
No projeto piloto da CDHU, a redução no consumo de água foi de 30%, não só pela mudança no comportamento do usuário, mas também pela identificação mais precisa das perdas na rede hidráulica proporcionada pela tecnologia.
Um medidor de água é instalado em cada apartamento e, por meio de um sistema de comunicação por radiofrequência, envia os dados para uma central instalada na guarita de cada condomínio. A solução dispensa o deslocamento do leiturista até o local de consumo, garantindo segurança para o consumidor, agilizando a leitura e aumentando a confiabilidade do trabalho de medição feito pela concessionária.
Os sistemas de medição individualizada são aprovados pela ProAcqua, um programa da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) e do Centro de Desenvolvimento e Documentação da Habitação e Infraestrutura Urbana (Cediplac), que mantém convênio com a Escola Politécnica da USP.

divulgação: CDHU
Esquadrias
No projeto foram especificadas esquadrias de alumínio com pintura eletrostática de cor branca. As janelas têm quatro folhas de correr nas áreas de longa permanência - sendo quatro vidros internos e quatro venezianas nas áreas dos dormitórios - para permitir maior ventilação e iluminação. As tipologias mais comuns da CDHU têm janelas com 1,40 m x 1,20 m nas salas e dormitórios, mas no residencial Rubens Lara as janelas têm 2,00 x 1,20 m.
Este critério de esquadrias foi usado nas tipologias multifamiliar e de blocos de casas geminadas e sobrepostas do projeto. Nas unidades com desenho universal e em algumas unidades do térreo dos edifícios, por exigência da norma NBR 9050:2004, os peitoris têm 60 cm nas áreas de estar, para dar maior visibilidade do exterior para cadeirantes.

divulgação: Marina Pita
Ventilação para gás encanado
Atendendo às exigências da companhia de abastecimento de gás, foram instaladas venezianas nas portas dos shafts e na alvenaria para garantir ventilação das prumadas de gás dos prédios de cinco e nove andares. Nos edifícios assobradados há uma abertura de ventilação na parede externa da área de serviço, integrada à cozinha, para ventilação do ambiente em caso de vazamento de gás. O dimensionamento dos vãos de ventilação foi definido pela concessionária.










divulgação: CDHU
Pastilha de vidro
Em geral as fachadas das construções da CDHU são apenas pintadas. No residencial Rubens Lara, os edifícios receberam revestimento de pastilhas, que demanda menos manutenção que a pintura, de acordo com a companhia. O consumo de energia na produção da tinta, no planejamento e na execução da repintura, além da emissão de CO2 no transporte de materiais e mão de obra são alguns dos itens considerados no comparativo. Em vez da especificação da pastilha cerâmica, mais comum nestes casos, a opção neste caso foi pela pastilha de vidro reciclado, que, segundo a CDHU, reforça o caráter sustentável do empreendimento e é mais barato do que o material tradicional.

divulgação: CDHU
Acessibilidade
Algumas unidades habitacionais do residencial estão totalmente equipadas para receberem pessoas com restrições de locomoção. Localizadas no térreo dos edifícios de cinco andares, contam com itens adicionais como barras de segurança nos banheiros e portas de correr. O critério da CDHU é destinar, pelo menos, 2% das unidades para este público. Os edifícios de cinco pavimentos originalmente não possuem elevadores, mas eles poderão ser instalados posteriormente, se os moradores desejarem.
Nas áreas de uso comum, públicas e condominiais, não há degraus ou obstáculos que impeçam a circulação de cadeirantes. E um projeto de mobilidade urbana foi desenvolvido para as ruas do empreendimento e para o sistema viário limítrofe, de forma a organizar a circulação de pedestres e veículos sem conflitos nas travessias, além de disciplinar a implantação dos equipamentos e mobiliário urbano.

fotos: Marina Pita
Revestimentos cerâmicos em todos os cômodos
Como o morador de baixa renda tem dificuldades em fazer melhorias e investir na manutenção de sua residência, as unidades foram entregues com pisos cerâmicos em todos os cômodos e azulejos nos banheiros. O uso de revestimentos mais resistentes e duráveis visa melhorar a qualidade das habitações e reduzir custos e frequência de manutenção. As cerâmicas usadas têm 35 cm x 35 cm e os azulejos 25 cm x 35 cm.











fotos: Marina Pita
Telha branca
A cobertura dos edifícios do residencial Rubens Lara conta com telhas onduladas de fibrocimento - sem amianto - de 8 mm de espessura. O material atende às recomendações do programa One Degree Less, do Green Building Council Brasil, que incentiva o uso de telhados pintados na cor branca para refletir os raios solares e, dessa maneira, diminuir o efeito das ilhas de calor urbanas. A pintura foi feita com uma mistura à base de cal, água e resina acrílica aplicada sobre  as telhas umedecidas. Atualmente, no entanto, a CDHU afirma que alguns fornecedores já estão entregando as telhas em cores claras e até brancas pelo mesmo preço.

fotos: Marina Pita
Aquecimento solar da água
O conjunto residencial conta com coletores solares e reservatórios de água quente individualizados. A circulação da água entre os coletores de calor e os reservatórios térmicos ocorre naturalmente por efeito de termossifão (diferença de densidade entre a água fria e a quente), dispensando bombas elétricas. Para evitar problemas no tempo de recebimento da água quente, os reservatórios dos andares baixos estão mais próximos da prumada de descida. Assim, o tempo médio de espera nos pontos de consumo é de 30 segundos. Todas as unidades contam com um chuveiro elétrico comum de 4.500 W, que os moradores acionam no caso de eventual insuficiência do sistema de aquecimento solar.
O sistema de aquecimento solar com distribuição individualizada requer uma área de telhado adequada. A CDHU entende que prédios de até seis andares comportam o número de equipamentos para individualização. Em edifícios mais altos - de sete a nove andares - é usado o sistema com reservatório coletivo.
Fonte: PINIweb