Vias marginais à Paralela devem desafogar trânsito de vários bairros da cidade
Com as obras, que também incluem túneis e viadutos, será possível transitar entre dois bairros que ficam em lados opostos à Paralela sem precisar passar por ela
A saída, ao contrário do que muitos imaginavam, não é uma via paralela à Paralela, pois ela necessariamente acabaria desembocando na ACM. E é preciso tirar os carros da ACM também. “Ninguém nunca tinha pensado em fazer nada transversal. A própria Paralela, que era uma alternativa à orla, é no mesmo sentido do funil, todo mundo acaba tendo que passar pelo Iguatemi”, explicou o governador Jaques Wagner, após a assinatura da ordem de serviço para a execução de dois corredores transversais, que cortam a cidade do subúrbio até a orla Atlântica. A assinatura aconteceu na quinta-feira.
Obras da primeira etapa da linha 1 do metrô já estão em fase final (Foto: Elói Correa/ GovBa)
|
Com eles, e com o restante das obras que compõem o que o governo denominou Plano Geral de Mobilidade, não será mais necessário passar pela região do Iguatemi para chegar a praticamente qualquer ponto da cidade, o que também deve desafogar o trânsito. Todo o plano vai custar em torno de R$ 8 bilhões, entre recursos federais e estaduais.
A ideia é desafogar as vias principais, reduzindo os engarrafamentos, distribuindo o fluxo pelas vias marginais, que estão sendo construídas ou alargadas. Com as obras, que também incluem túneis e viadutos, será possível transitar entre dois bairros que ficam em lados opostos à Paralela sem precisar passar por ela.
CorredoresO primeiro corredor vai da avenida Suburbana até a Orla de Patamares, passando pela avenida Pinto de Aguiar, cujas obras de duplicação já começaram e devem ficar prontas até o o final de junho. O presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), Ubiratan Cardoso, conta que o restante custará R$ 650 milhões e deve ficar pronto em 36 meses. “A via sai da Avenida Suburbana, na altura do Lobato, passa pelo complexo de viadutos da BR-324, que é outra obra do estado, e desemboca na avenida Gal Costa, que será duplicada.
Ela atravessa a Paralela por um túnel, que vai passar debaixo do metrô, e chega na Pinto de Aguiar”, descreve Cardoso. Além do túnel, serão construídos nove viadutos, 6,5 quilômetros de ciclovias, além da macro-drenagem dos rios Camurugipe e Pituaçu. São três faixas por sentido: duas para carros e um corredor exclusivo para ônibus (BRT).
O Corredor Transversal II segue os mesmos moldes: 12 quilômetros, duas faixas para carros e uma para BRT. “Ela vai sair de Águas Claras, pela BR-324, encaixa na 29 de março, que está sendo construída, atravessa a Paralela e chega na Orlando Gomes, que será duplicada nos mesmos moldes da Pinto de Aguiar”, conta Ubiratan Cardoso, da Conder. Este corredor contará com seis viadutos, cinco pontes e 11 quilômetros de ciclovia, bem como com a macrodrenagem do Rio Jaguaribe.
A duplicação da avenida Pinto de Aguiar será entregue ainda este semestre (Foto: Elói Correa/ GovBa)
|
O projeto ainda inclui iluminação pública, áreas verdes e integração com o metrô. As interseções com o transporte metroviário ocorrerão em dois pontos de cada corredor: em Pituaçu e Pirajá, no Corredor I, e em Águas Claras e Bairro da Paz, no Corredor II. E se ainda assim, as pessoas continuarem apegadas à Paralela, pelo menos elas poderão ir de metrô. Sim, após 14 anos de imbróglio, agora sob a gestão do Estado, o transporte sobre trilhos finalmente vai sair do papel. Ainda em junho, o primeiro trecho, que vai da Lapa até o Retiro, começará a operar.
Ainda estão previstas mais quatro etapas do transporte. A linha 1 continua do Retiro até Pirajá, e de Pirajá até Águas Claras e Cajazeiras (onde ele será integrado ao Corredor II). Já a linha 2, vai ligar a linha 1 até o aeroporto e, posteriormente, até Lauro de Freitas. A previsão é que tudo esteja pronto até 2017.
ComplexoO conjunto de obras, denominado Complexo Viário do Imbuí e Narandiba, foi dividido em cinco trechos, denominados M1, M2, M3, M4 e M5 e contempla os bairros localizado entre os dois que dão nome ao projeto. Ao todo, o governo do estado está investindo R$ 95 milhões nos cinco trechos.
“Com essas mudanças, serão criadas condições para desenvolver a mobilidade da região com menos interferências nos trajetos”, explicou o coordenador executivo de Infraestrutura da Casa Civil, Eracy Lafuente. “As obras dão soluções para os motoristas que trafegam na região, dividindo o fluxo para que a Paralela não fique tão lenta”, completou ele.
Lafuente acrescenta que as obras antecedem a linha 2 do metrô, que cortará toda a Paralela, ligando o Acesso Norte do município ao Aeroporto e, em seguida, a Lauro de Freitas. “Isso é uma espécie de antecipação do metrô. Quando os trens estiverem passando no meio da Paralela, não será possível fazer os retornos passando pelo meio da via”, disse o coordenador executivo.
Trechos
Na entrada do Imbuí, as obras preveem a construção de dois viadutos - um ligando a Avenida Jorge Amado, a principal do bairro, diretamente à Avenida Luís Eduarda Magalhães (denominado M1) e outro ligando o bairro à Paralela (denominado M2). O trecho M2 corresponde a ajustes na avenida marginal que sai do Imbuí e passa pelo supermercado Extra.
Na entrada do Imbuí, as obras preveem a construção de dois viadutos - um ligando a Avenida Jorge Amado, a principal do bairro, diretamente à Avenida Luís Eduarda Magalhães (denominado M1) e outro ligando o bairro à Paralela (denominado M2). O trecho M2 corresponde a ajustes na avenida marginal que sai do Imbuí e passa pelo supermercado Extra.
Por sua vez, o trecho M3 consiste no alargamento da entrada do Centro Administrativo da Bahia (CAB). Já o M4 é o trecho que liga Narandiba à Paralela. O trecho M5 liga o Saboeiro à Luís Eduardo Magalhães, evitando o tráfego pela Paralela. De acordo com Lafuente, as avenidas marginais serão liberadas entre abril e maio. Todo o complexo ficará pronto entre junho e julho. “O projeto inclui urbanização, a construção e reforma de passeios, meios-fios, iluminação e sinalização horizontal e vertical”, detalhou ele.
O complexo ainda inclui uma ligação da avenida Luís Eduardo à Estrada do Curralinho. “Isso facilitará o acesso ao Hospital Sara Kubitschek, ao Stiep, ao Centro de Convenções e também à parte interna do Imbuí”, explicou Lafuente. A terraplanagem para essa obra já está em curso.
A intervenção inclui a pavimentação, o alargamento da avenida marginal ao hospital Sara e as sinalizações horizontais e verticais, partes que ainda estão sendo licitados. De acordo com o governo, essas obras ficarão prontas este ano. A previsão é que elas durem um período de três a cinco meses depois de licitadas.
Barradão vai facilitar acesso de torcedores aos jogosO caminho para os jogos do Vitória também ficará mais fácil após a conclusão das obras de mobilidade do governo do estado. Mas antes que os torcedores do Bahia comecem a protestar, é bom deixar claro que a Via Paralela-Barradão, como está sendo chamada, beneficia não só os torcedores que frequentam o estádio, mas valoriza também os bairros localizados no seu entorno. “Ela liga a Paralela à Via Regional, passando pelo Barradão. É uma obra de R$ 18 milhões, que vai beneficiar 200 mil pessoas”, explica o presidente da Conder, Ubiratan Cardoso.
De acordo com ele, a via cortará os bairros do Trobogy, Canabrava e Nova Brasília, facilitando a locomoção dos moradores destes bairros e de motoristas que passam pela região. Ela terá pista dupla, com duas faixas por sentido, canteiro central, passeios, recuos para pontos de ônibus. Além disso, também está prevista a execução de serviços de macrodrenagem do Rio Mocambo e de contenção de encostas em terra armada. Além dos R$ 18 milhões das obras, serão gastos mais R$ 3 milhões em desapropriações .
A licitação está em curso até esse início de abril, quando será anunciada a empresa vencedora. A partir daí, o prazo para que os 4,6 quilômetros de obras fiquem prontos é de 18 meses, ou seja, final de 2015. Com esta via alternativa, nos dias de jogos com maior apelo de público, os constantes engarrafamentos na Avenida São Rafael e nas imediações da Paralela deixarão de existir. A autorização para a licitação da obra foi assinada pelo governador Jaques Wagner no dia 14 de fevereiro deste ano, numa cerimônia realizada no próprio estádio Manoel Barradas.
Ao lado dele estava o secretário estadual de Desenvolvimento Urbano, Manuel Ribeiro. “Esta obra faz parte de um contexto de mobilidade e eu posso garantir que nunca houve uma carteira de obras tão grande quanto a atual, seja a de equipamentos comunitários”, disse ele, na ocasião.
Fonte: Correio 24H