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Geógrafo pela Universidade Estadual de Santa Cruz-UESC,Ilhéus/Itabuna; Urbanista pela Universidade do Estado da Bahia, UNEB, Campus Salvador; Especialista em Metodologia para o Ensino Superior, pela Fundação Visconde de Cayru; pós-graduando em Ecologia e Intervenções Ambientais pelo Centro Universitário Jorge Amado, UNIJORGE.

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sábado, 14 de julho de 2012

Saúde - células-tronco

Bahia é destaque com células-tronco


Considerado o futuro da medicina moderna, o tratamento com células-tronco já é uma realidade em Salvador. 
Sob a coordenação do professor e ortopedista Gildásio Dalto, pesquisadores do Hospital das Clínicas da Universidade Federal da Bahia (UFBA) desenvolveram um tratamento para pacientes com necrose óssea em estágio inicial que possui mais de 90% de eficácia comprovada.

Até o momento, mais de 60 pessoas foram submetidas com sucesso à técnica, o que transformou o estado da Bahia em referência nacionalquando o assunto é a aplicação de células-tronco para curar doenças nos ossos.


“Somos procurados por pacientes do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e várias outras partes do país. Hoje, possuímos cerca de 200 pessoas na fila para passar pelo procedimento e realizamos, em média, oito cirurgias por mês. Somos o único centro no Brasil autorizado a realizar este tratamento, o que proporciona um destaque ainda maior para o nosso trabalho”, afirmou o professor Gildásio Dalto, que também é chefe do departamento de cirurgia experimental e especialidades cirúrgicas do hospital.
 
A técnica utilizada pela equipe do Hospital das Clínicas consiste, de início, na retirada de células-tronco mesenquimais do osso da bacia do próprio paciente. Logo em seguida, o material é injetado nas áreas atingidas pela osteonecrose e substituem as células ósseas mortas.

Segundo Gildásio Dalto, o método foi retirado de uma pesquisa desenvolvida na França e que já foi implantada em outras partes do mundo, como Inglaterra, Itália, Alemanha, Bélgica e Estados Unidos.

“Em 2005 conseguimos a autorização e a verba do Ministério de Ciências e Tecnologia e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) para instalação do nosso centro de pesquisas. Desde então aprimoramos a utilização das células-tronco em pacientes com necrose óssea em estágio inicial e devido aos nossos resultados, já recebemos visita de especialistas de Angola, Portugal e Argentina”, disse o professor.
 
Ainda conforme Dalto, os primeiros efeitos do tratamento com células tronco podem ser sentidos pelos pacientes em até 48 horas. “Em um dia ou dois eles já não sentem dor na área afetada pela doença. Depois eles precisam passar por um processo fisioterápico. Em praticamente 30 dias abandonam a bengala e passam a andar normalmente”, garantiu.
 
A segunda etapa do tratamento, a cargo do fisioterapeuta Paulo Lessa, é considerada tão importante quando a implantação das células-tronco na área afetada pela necrose óssea. 

Já acostumado a dor e limitações impostos pela doença, os pacientes precisam reaprender a utilizar todo o potencial do corpo. “Nos primeiros quinze dias eles andam com muletas, depois fazem alguns exercícios para se reeducar. É um processo de reabilitação”, pontuou Lessa.
 
O tratamento é totalmente custeado pelo Governo Federal e o tempo de espera na fila é de aproximadamente um ano. De acordo com Gildásio Dalto, a pesquisa desenvolvida no Hospital das Clínicas é fundamental não só por curar pessoas que até então tinham a qualidade de vida afetada por uma doença óssea, mas também por promover inclusão social. 

“A meta principal da pesquisa é a de recuperar e prevenir o agravo de pacientes com a osteonecrose. Mas também trabalhamos para fornecer saúde para pessoas com menor acesso à informação e atenção básica”, concluiu.
 
Veja como se cadastrar
 
Para se cadastrar na pesquisa com células-tronco, os pacientes devem se apresentar no Hospital das Clínicas, no bairro do Canela, munido com o cartão do SUS. Uma triagem é realizada para definir se a pessoa tem o perfil ideal para passar pelo tratamento, que é totalmente gratuito.
 
ATENÇÃO ESPECIAL– Segundo o professor Gildásio Dalto, a Bahia é um estado onde o surgimento de problemas ósseos são favorecidos pela própria condição genética da população, o que aumenta ainda mais a importância do trabalho desenvolvido no Hospital das Clínicas. “Vivemos em uma região em que os negros são maioria.

E a anemia falciforme, doença que atinge essa parcela da população, facilita a ocorrência de necroses ósseas. Sem tratamento, esse problema pode virar uma osteoporose em poucos anos”, descreveu o médico. 
 
A anemia falciforme é uma doença hereditária que atinge principalmente a população afrodescendente. A doença é caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com uma foice. Essas células têm sua membrana alterada e rompem-se mais facilmente, causando anemia. 
 
Futuro da pesquisa – Além de atender pacientes com necrose óssea, a pesquisa com células-tronco desenvolvida no Hospital das Clínicas deve, em breve, atender também crianças com má-formação óssea. “A UFBA pretende montar uma rede de assistência para crianças com deformidades. Dependemos apenas da autorização do conselho superior de medicina”, adiantou Gildásio Dalto.
Fonte: Tribuna da Bahia

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