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Geógrafo pela Universidade Estadual de Santa Cruz-UESC,Ilhéus/Itabuna; Urbanista pela Universidade do Estado da Bahia, UNEB, Campus Salvador; Especialista em Metodologia para o Ensino Superior, pela Fundação Visconde de Cayru; pós-graduando em Ecologia e Intervenções Ambientais pelo Centro Universitário Jorge Amado, UNIJORGE.

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segunda-feira, 13 de maio de 2013

Energia - nova fábrica e novos cursos para a área de engenharia e energia eólica na Bahia


Nova fábrica de torres integra cadeia produtiva da energia eólica

A primeira fábrica de torres eólicas do estado e segunda do Brasil foi inaugurada em Camaçari


Ventos regulares e quase que em uma única direção, com velocidade média de sete metros por segundo, sem rajadas nem grandes tempestades. A natureza fez a parte dela e, nos últimos dez anos, a indústria da energia eólica resolveu aproveitar o potencial dos ventos da Bahia para gerar eletricidade. 

O primeiro projeto data de 2004, mas o mercado eólico ainda tem muito o que crescer.  Ontem (08/05), foi inaugurada em Camaçari a primeira fábrica de torres eólicas do estado e segunda do Brasil. A Torrebras inicia oficialmente suas atividades já com toda a produção de 2013 vendida. As 200 torres previstas para serem fabricadas este ano já foram comercializadas para parques eólicos da Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte. 

Torrebras foi inaugurada ontem em Camaçari e já está com toda a sua produção de 2013 vendida

“Já em 2014 estamos prevendo uma ampliação da produção para entre 800 e mil torres”, conta o diretor geral da Torrebras, Álvaro Carrascosa. 

A torre é o elemento que sustenta a turbina. Em cima dela ficam as naceles, que são os compartimentos onde localizam-se os geradores, e as pás, que captam o vento e convertem sua potência ao centro do rotor. 

Atualmente, a Bahia possui três fábricas de naceles: a Gamesa, a Acciona e a Alstom, e está com duas indústrias de pás previstas para iniciar as operações no ano que vem. 

“A torre é a peça mais importante e agora vamos produzi-la em Camaçari”, comemorou ontem o governador Jaques Wagner, durante a inauguração da fábrica.  

A Bahia tem 21 parques eólicos prontos, de um total de 59 planejados, e é o segundo estado no Brasil no setor. O primeiro é o Rio Grande do Norte.  Segundo o chefe de gabinete da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração (SICM), Luiz Gonzaga, hoje, a energia gerada é capaz de abastecer uma pequena cidade de 10 mil habitantes. 

“Quando estiver tudo pronto, em 2017, o potencial eólico será suficiente para abastecer uma Feira de Santana”, compara. Ele acrescenta que, até o momento, a iniciativa privada já investiu R$ 7 bilhões em indústrias e parques eólicos. “Mas ainda tem R$ 20 bilhões para serem investidos”.  

Potencial
Ainda será muito pouco, segundo o especialista em energia Osvaldo Soliano, que é diretor do Centro Brasileiro de Energia e Mudança do Clima. “Hoje, no Brasil, apenas cerca de 4% da energia gerada no país é de origem eólica. Esperamos chegar em 2020 com um índice entre 8% e 10%”, projeta o especialista. 

Em se tratando de Nordeste, o índice é um pouco maior. “Estamos algo em torno de 5% ou 6%, e devemos chegar a 20% em 2020. Isso porque a região produz mais esse tipo de energia e tem uma demanda menor. O índice ideal é de 30%”, completa. 

Soliano também explica que é impossível chegar ao ponto de usar apenas energia eólica porque essa fonte é instável. Uma hidrelétrica pode armazenar água, mas, pelo menos até o momento, ninguém inventou uma forma de armazenar vento. 

E se o vento para, a energia também para de ser produzida. “Nessa hora, a hidrelétrica entra imediatamente. Não chega a ter queda de energia, é uma troca imperceptível”, explica. 

Mas a energia eólica tem grandes vantagens. Além de ser mais barata, é ambientalmente mais sustentável. “Para se construir uma hidrelétrica, é preciso inundar uma área, que não vai ter mais nenhuma outra serventia. Tem que deslocar a população, às vezes tem alguma aldeia indígena, gera protestos...”, compara Soliano. Segundo ele, as usinas eólicas ocupam menos espaço e a Bahia tem a vantagem de os melhores ventos estarem em regiões pouco habitadas.

Bacias
O Brasil tem quatro bacias de vento. Uma fica na ponta do Rio Grande do Sul, outras duas no litoral do Ceará e Rio Grande do Norte, e a última na região central da Bahia, onde estão as cidades de Caetité, Guanambi, Morro do Chapéu e Sento Sé. 

A Bahia foi escolhida para a implantação da Torrebras por ser uma região estratégica para o escoamento da produção. “Por ficar entre o Norte e o Sul, fica mais fácil o transporte das torres para o mercado final”, explica o diretor Álvaro. 

As torres produzidas pela indústria abastecerão o mercado do Nordeste, além do Rio Grande do Sul. A Torrebras pertence ao grupo espanhol Daniel Alonso, que já tem outras quatro indústrias semelhantes: três na Espanha e uma na Índia. “Essa de Camaçari, por enquanto, é a menor. Mas, depois da expansão, no ano que vem, será a segunda maior”, projeta Carrascosa.

Atraso da Chesf faz Aneel mudar modelo de leilão de parques
Inaugurado em julho de 2012, o complexo eólico Alto Sertão I, que abrange Guanambi, Caetité e Igaporã, na região Sudoeste, não produz energia até hoje. Isso porque, apesar de Renova ter concluído a obra dentro do prazo, a Chesf, empresa vinculada ao  Ministério de Minas e Energia, ainda não conseguiu cumprir a parte dela: aprontar as linhas de transmissão para que a energia produzida no complexo possa ser distribuída no estado.

“A Chesf não conseguiu atender e agora eles pagam uma multa”, disse o governador Jaques Wagner. Segundo ele, para evitar que o problema se repita, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai mudar o modelo de leilão de parques e complexos eólicos. “Agora vai ser leiloado o pacote completo. Quem for produzir a energia vai ter também que fazer a interligação do parque com as linhas de transmissão”.

Para formar mão de obra, Ufba inaugura campus em Camaçari
Para suprir a demanda por mão de obra qualificada, gerada pelas indústrias do Polo Industrial de Camaçari, a Universidade Federal da Bahia (Ufba) irá inaugurar um campus na cidade. 

A partir do ano que vem já começa o vestibular para os cursos de Engenharia Naval e Oceânica, Engenharia Automotiva, Engenharia de Materiais, bacharelado em Ciência e Tecnologia e o curso técnico de Logística na área de Engenharia. “Discutimos qual a necessidade das empresas locais e a Ufba identificou o perfil dos cursos”, contou o prefeito da cidade, Ademar Delgado (PT).

Inicialmente, as aulas serão ministradas no prédio do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (Ceped). Posteriormente, o campus será construído na área entre o Jardim Limoeiro e o Parque das Margaridas.
Fonte: Correio 24H

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