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Geógrafo pela Universidade Estadual de Santa Cruz-UESC,Ilhéus/Itabuna; Urbanista pela Universidade do Estado da Bahia, UNEB, Campus Salvador; Especialista em Metodologia para o Ensino Superior, pela Fundação Visconde de Cayru; pós-graduando em Ecologia e Intervenções Ambientais pelo Centro Universitário Jorge Amado, UNIJORGE.

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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Geologia/vulcanismo

As atividades vulcânicas envolvem todas as manifestações de atividades internas da Terra que, em decorrência da alta temperatura e pressão das rochas, termina com a expulsão de material fundido, o magma, rocha fluida e gases (POPP, 1988).
A estrutura vulcânica tem o aspecto mais ou menos perfeito de uma montanha cônica, cuja altitude varia de algumas dezenas de metros até aproximadamente 7.500 m (Aconcágua) (POPP, 1988). Sua morfologia é composta pelo cone, que é formado devido à acumulação de materiais magmático e piroclástico provenientes de rochas preexistentes, aglomeradas ao redor do orifício central denominado chaminé, conduto que permite a saída do material de ejeção; pela cratera, porção superior da chaminé que sofre um alargamento, geralmente provocado por explosões, tomando a forma de um funil (POPP, 1988); e pela caldeira, termo aplicado às enormes depressões circulares, originadas pelo colapso total ou parcial da cratera e do topo do vulcão, por conta da perda de apoio interno, seja pelo escape de gases, seja pela ejeção de grandes volumes de lava (TEIXEIRA et al, 2003).
De acordo com Teixeira et al (2003), as atividades vulcânicas atuais estão concentradas em rupturas da crosta terrestre, condicionadas ao movimento das placas litosféricas. Cerca de 60% dos vulcões ativos situam-se no chamado "Cinturão do Fogo", uma zona de borda do oceano Pacífico com intensa atividade vulcânica e ocorrências de terremotos (TEIXEIRA et al, 2003). A saída do magma poderá se dar de maneira explosiva ou passiva. Na forma explosiva, além do magma, fragmentos de rochas são lançadas a centenas de metros de altura, como no vulcão Stromboli na Itália. No segundo caso, o magma derrama-se pela superfície preenchendo vales e formando vastas planícies que podem atingir até 50 km de extensão como nos vulcões Mauna Loa e Kilauea, Havaí.
Do interior dos vulcões são expelidos diversos materiais, dentre eles as lavas basálticas que possuem cor preta e temperaturas entre 1.000 e 1.200°C, sendo este o tipo de lava mais comum nos derrames. Lavas almofadadas, que resulta do comportamento plástico do magma basáltico que, em contato com a água fria, resfria instantaneamente resultando numa forma tipo almofadas. Lavas pahoehoe em formato de "cordas" e aa, em forma de "blocos". As feições da primeira são observadas perto do local da erupção, devido as altas temperaturas reinantes; as segundas se formam a uma maior distância do vulcão, após uma exposição mais demorada da lava. São expelidos também gases vulcânicos como o H, CO2, HC1, H2S, NH4, cloretos voláteis de ferro potásssio etc., além do vapor d'água, que oscila entre 60 e 90°C; as fumarolas, que constituem as fendas ou fissuras por onde escapam os gases, cuja temperatura pode passar dos 500°; solfataras, exalações cuja temperatura encontra-se entre 100 e 200°C e são compostas principalmente de vapor d'água, H2S e CO2; as mofetas, exalações líquidas ou gasosas com temperatura próxima a 40°C constituìdas de CO2, vapor d'água ou fontes de água acidificadas pela presença do CO2; e os gêisers, que se caracterizam pela expulsão em esguichos a grandes alturas de vapor d'água contendo sais dissolvidos. Podem atingir até 500m de altura, como alguns existentes na Nova Zelândia (POPP, 1988). Também são observados materiais piroclásticos, componentes sólidos expelidos pelo vulcão que podem variar de tamanho desde as cinzas, que pulverizam grandes áreas após as explosões e as bombas, fragmentos semi-sólidos que, lançados a grandes alturas, giram sobre si mesmos ao mesmo tempo em que os gases são expulsos e adquirem uma forma típica de pão, alongados, contorcidos com vários centímetros de diâmetro (POPP, 1988).
Nas últimas semanas os principais meios de comunicações noticiaram exaustivamente a entrada em atividade do vulcão Puyehue, situado no Chile. Com Altitude Máxima de 2215 metros  o vulcão Puyehue e Cordón Caulle são dois vulcões em um só que forma um maciço montanhoso protegido por lei, sob a forma do Parque Nacional Puyehue. Tais vulcões são mais um dos vários que compõem a paisagem do Sul do Chile, que além deste tipo de montanhas, ainda tem belíssimos lagos.
O Vulcão Caulle ficou famoso por sua violenta erupção em 1960, refletindo o terremoto de 24 de maio de 1960 em Concepción, que foi o mais forte da histório do Chile, 9.5 pontos na escala Richter. O  Puyehue sempre esteve ativo, mesmo soltando apenas fumarolas, até culminar com a explosão atual que obrigou o fechamento do espaço aéreo do Chile, Paraguai, Argentina e do Sul do Brasil.
Confiram abaixo fotos espetaculares da explosão do Puyehue. 

 Fotos: UOL
Curiosidades
De acordo com Popp (1988), o nascimento de um vulcão pode ser observado e estudado detalhadamente em fevereiro de 1943 quando, no México, surgiu o Paricutin. Segundo o autor, "durante 18 dias as localidades de Paricutin e San Juan de Parangaricutiro sofreram tremores de terra que culminaram com a abertura de fisssuras na crosta da Terra. Observou-se que através das fissuras subia gás com grande quantidade de vapor d'água. Durante quatro dias desprenderam-se das fendas imensas nuvens negras de fumaça, depois acompanhadas de violentas explosões, lançando a uma altitude de 1.000 m rochas, pó e fragmentos incandescentes. (...). O primeiro derrame de lavas verificou-se numa fissura distante 300 m do cone. No sexto dia o cone alcançou uma altitude de 170 m. No terceiro mês o cone subiu a 350 m de altitude com a diminuição gradativa das atividades que após quatro anos atingiu 600 m de altura". Como as atividades tiveram como produto principal o derrame de lavas, atingindo grandes extensões e com espessura de 10 m, foi o suficiente para sepultar a cidade de San Juan de Parangaricutiro (POPP, 1988).
Principais erupções vulcânicas explosivas ocoridas no mundo, conforme Teixeira et al (2003).
Stromboli, Itália (1943), magnitude pequena;
Ulzen, Japão (1991), moderada;
Nevado del Ruiz, Colômbia (1985), moderada a grande;
Santa Helena, EUA (1980), enorme;
Pinatubo, Filipinas (1991), gigantesca;
Tambora, Indonésia (1815), colossal; e
Yellowstone, EUA (630.000 a.C.), incomensurável.
Referências:
POPP, José Henrique. Geologia geral. 4ª ed., Rio de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Científicos Editora, 1988.
TEIXEIRA, Wilson et al (orgs). Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2003.


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