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Geógrafo pela Universidade Estadual de Santa Cruz-UESC,Ilhéus/Itabuna; Urbanista pela Universidade do Estado da Bahia, UNEB, Campus Salvador; Especialista em Metodologia para o Ensino Superior, pela Fundação Visconde de Cayru; pós-graduando em Ecologia e Intervenções Ambientais pelo Centro Universitário Jorge Amado, UNIJORGE.

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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Confusão no PAC da mobilidade - eram nais de 3 bilhões, baixou para 2,4 e agora 1,6. Fala-se até em apenas 1.

O tal PAC da mobilidade para Salvador foi gritado aos quatro ventos com pompas pelo governo. Falava-se, inicialmente, em mais de 3 bilhões de investimentos que contemplariam a construção da linha 2 do metrô (a 1 capenga há quase 13 anos), a interligação deste sistema com o BRT (Bus Rapid Transit). O valor baixou para 2,4 bilhões. Agora vem Dilma e tasca 1,6 bilhão e fala-se até em 1 bilhão. Não se fala mais no BRT. O governo diz que a prefeitura tem dinheiro para investir nesta modalidade e sinaliza tomar empréstimos, via BNDES para complementar as obras. A prefeitura nega e diz que não tem dinheiro nem para concluir a linha 1 do menor metrô do mundo.
Resultado: a terceira maior capital brasileira continuará sofrendo com um sistema de transporte caro, poluente e ineficiente. É vítima de décadas e mais décadas de descaso. Priorizou-se o sistema de transporte de massa para outras cidades e necas para a capital da Bahia. E agora vem uma autoridade anunciar um mísero valor para resolver dois  problemas crônicos da cidade: o caos no trânsito, devido ao excesso de veículos nas vias e uma modalidade de transporte público ultrapassada, geradora de lucros para empresários arcaicos, sem visão de futuro e prejuízos para o povo. E as autoridades comemoraram o valor, como se a presidente ou presidenta, (sei lá que termo usar) estivesse premiando a cidade, esquecendo-se que a dívida social com a capital já vem de há muito, muito tempo. É contentar-se com esmolas mesmo. O quanto será liberado para São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Goiânia, Recife? Enquanto isso a cidade e seus moradores que se retem, espremam-se em ônibus desconfortáveis, ensaiem levantar voo implorando que motoristas mal educados parem nos pontos lotados e esperem sentados a vinda do metrô 2, pois o 1... é melhor nem comentar. Acreditamos tanto na oposição e nos ferramos.
Por fim, talvez este governo, que em uma clara declaração de egoísmo em suas incursões aos microfones da imprensa, costuma disparar: "eu fiz a rótula do abacaxi, o sistema viário 2 de julho; vou fazer a duplicação da rodovia CIA-Aeroporto (A Tarde Online, 21/11/2011), a ponte Salvador-Itaparica e quero o nome 2 de Julho; preferia construir escolas a presídios (levar a quantidade de bandidos que aumenta consideravelmente no estado para onde? ao Palácio de Ondina?), não considera o trabalho em equipe. E se este metrô realmente sair, orgulhosamente estufará a titela e dirá:  "fui eu que fiz". Parece que já conheço esse jargão. E você, caro leitor soteropolitano, faça uma forcinha e não será difícil descobrir.
Vejam abaixo a reportagem sobre o tão grandioso anúncio do PAC da "Imobilidade".


Dilma anuncia R$1,6 bi para mobilidade




Com um tom de proximidade no discurso e demonstrações de quem conhece a realidade do trânsito de Salvador, a presidente Dilma Rousseff (PT) anunciou ontem o inicio de uma nova etapa de investimentos na área de mobilidade urbana para a capital baiana e Região Metropolitana (RMS).  
A chefe de Estado cumpriu ontem como seu primeiro compromisso na cidade o tão esperado anúncio de R$1,6 bilhão para as obras que devem envolver a linha 2 do metrô, que abrange a Avenida Paralela, Aeroporto e a Rótula do Abacaxi.  
O ato aconteceu no Bahia Othon Palace Hotel na presença do  governador Jaques Wagner (PT), dos ministros das Cidades, Mário Negromonte(PP),  das Relações Exteriores, Antonio Patriota, da Comunicação, Helena Chagas, entre outras autoridades, a exemplo do prefeito João Henrique (PP). 
Além do destaque dado ao valor que será injetado na Bahia, a presidente disse que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade Grandes Cidades contempla 24 capitais, com a distribuição de R$30 bilhões, sendo R$18 bilhões para todas as cidades e R$12 bi para o PAC da Copa. O pacote de investimentos deve priorizar a construção do metrô, mas compreenderá também outras intervenções. 
Em seu pronunciamento, a presidente chamou a atenção para o fato de Salvador ser uma das cidades priorizadas não apenas por causa das conhecidas necessidades de melhorias, mas também por atingir o critério de ser um município com mais de 700 mil habitantes. “Nós estamos lançando obras que terão e farão uma diferença na vida das pessoas das grandes cidades.
 Seria impossível Salvador não estar, sendo uma das cidades que mais concentram grandes populações. Sabemos que a cidade tem 680 mil veículos e R$2,7 milhões de pessoas, o que resulta em congestionamento e grande tempo de deslocamento”, afirmou. No entanto, conforme Dilma, uma das condições do programa é a importância da parceria com os governos municipal e estadual. 
“Não é possível só o estado, ou só a prefeitura ou só a União, mas é possível com a união das três esferas”, frisou. Ainda segundo ela, essa característica teria surgido no governo Lula, sendo algo que deu certo ao envolver também as Parcerias Público-Privadas (PPP). No investimento de R$1,6 projetado para Salvador e RMS, R$1 bilhão será do governo federal e os demais R$600 milhões serão financiados pelo estado, através de linhas de crédito. 
Nessa contabilidade ainda é aguardado que R$1 bilhão seja investido pela iniciativa privada, totalizando a construção das linhas alimentadoras em R$2,6 bilhões. A presidente aproveitou para dizer “que o Brasil da década de 80 dizia que metrô era pra cidade rica”. 
“Hoje, o governo considera o metrô inexoravelmente a alternativa”, exaltou. Ainda em seu discurso, ao cumprimentar os presentes, a presidente Dilma lembrou a sua amizade com o governador Jaques Wagner (PT), a quem se referiu como “companheiro dos corredores do Planalto”. 

Governador destaca investimentos

Demonstrando confiança no projeto, o governador Jaques Wagner (PT) disse que o anúncio “caiu como uma luva”, já que somou a positiva visita feita pela Fifa, no dia anterior, às obras da Arena Fonte Nova. 
Segundo ele, a equipe de trabalhadores no canteiro foi ampliada em 50% e houve também o aumento do número de gruas e de fábricas produzindo pré-moldados para o estádio. “Estamos nos preparando para a Copa das Confederações em 2013 e vamos chegar a 60 mil lugares no estádio, para podermos sediar os principais jogos da Copa do Mundo”, disse. Sobre o investimento de  R$1,6 bilhão, Wagner disse que a linha 2 do metrô é parte do conceito de sua gestão sobre o que é mobilidade. 
“E é claro, vamos buscar mais  investimentos com a contribuição de nossos parlamentares através de emendas  para construção da 29 de Março – que será um eixo estruturante”.  Wagner destacou as dificuldades financeiras que impossibilitam maiores injeções. 
“Temos o sétimo PIB, mas a renda per capita é uma das mais baixas. Estamos no 27° lugar”. Ele também alfinetou a crítica dos opositores que se referem ao fato de ele conseguir apenas obras federais. “Mas eu sou parte do governo federal”. 
Em outro momento, completou: “Tem estado que tem inveja dos investimentos que estão vindo para cá e tem gente aqui que ainda reclama”. O governador exaltou os programas federais que tem repercussão na Bahia, a exemplo do Bolsa Família, que segundo o próprio injeta no estado 10% (R$12,5 bilhões) do orçamento estadual, que é de R$ 25 bilhões para fazer a gestão. 
O governador ao ser questionado sobre o prazo de conclusão do metrô disse garantir que se não estiver finalizado, pelo menos estará próximo de ser entregue no ano da Copa. Segundo ele, os técnicos da Fifa sinalizaram que a questão principal é a conclusão da  Arena Fonte Nova, o que  retira a obrigatoriedade da construção do metrô, porém “eu não funciono nessa lógica”. Ele completou que importa o legado que essas obras deixarão para a cidade. 


Em tempo: a excelentíssima não conhece mesmo a realidade do trânsito de Salvador e tampouco a frota de veículos da cidade é de 680.000. Já está quase na casa dos 800.000. 
Fonte: Tribuna da Bahia

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