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Geógrafo pela Universidade Estadual de Santa Cruz-UESC,Ilhéus/Itabuna; Urbanista pela Universidade do Estado da Bahia, UNEB, Campus Salvador; Especialista em Metodologia para o Ensino Superior, pela Fundação Visconde de Cayru; pós-graduando em Ecologia e Intervenções Ambientais pelo Centro Universitário Jorge Amado, UNIJORGE.

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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Diversão - possíveis mudanças no carnaval de Salvador

Prefeitura e Conselho querem abertura do Carnaval na Barra

Defensores da Avenida reclamam e decisão sai na segunda-feira


Quem reclama que o Carnaval do Campo Grande vem perdendo espaço para o circuito Barra-Ondina ganhou mais um motivo para protestar: a prefeitura e o Conselho do Carnaval anunciaram que pretendem mudar a abertura da festa para o circuito da orla. Sob a justificativa de que a cerimônia de abertura e entrega das chaves ao Rei Momo - realizada na quinta-feira - atrasou muito o início do desfile na Avenida este ano, o presidente da Saltur, Claudio Tinoco, anunciou ontem a intenção de transferir o evento do circuito tradicional para o da Barra já no ano que vem.
Por meio de sua assessoria, Tinoco inicialmente deixou incerto o novo local. “A abertura pode ir para os bairros periféricos, pode ir pro Pelourinho ou para a Barra”, afirmou ele. Em seguida, porém, o presidente da Saltur  indicou a orla como preferida. “O circuito da Barra já está consolidado e não vai atrapalhar o desfile”, afirmou.
A ideia de transferir a cerimônia surgiu do Conselho do Carnaval. “O pessoal dos blocos de samba reclamou muito este ano, porque eles começaram o desfile muito tarde. Não tinha mais imprensa, nem muitos foliões”, explicou Fernando Boulhosa, presidente do Conselho e da Associação de Blocos de Trios. O desfile dos blocos de samba começa sempre depois da cerimônia de abertura do Carnaval.
Na próxima segunda-feira, ele, Tinoco e representantes de entidades carnavalescas se reúnem para bater o martelo sobre o assunto. “Se for mesmo na Barra, será a primeira vez”, torce.
Polêmica  Mas nem todos estão felizes com a possível mudança. O cantor, compositor e mestre de capoeira Tonho Matéria é um dos que desaprovam a ideia. “Isso é uma loucura. Vão tirar mais ainda o foco da Avenida. A Barra já tem quase toda a mídia, agora é que os artistas não vão mesmo querer tocar na Avenida”, reclamou. Para ele, que desfila no Campo Grande na quinta-feira, após a abertura oficial, o ideal seria que ela acontecesse mais cedo, para não atrasar o desfile.
Fundador do bloco Ilê Aiyê, Antônio Carlos dos Santos, o Vovô do Ilê, faz coro à opinião de Matéria. “Esse motivo é muito inconsistente, daqui a pouco a abertura vai passar a ser itinerante. A prefeitura tem é que se orquestrar para (o desfile) sair no horário”, diz.
A ideia da abertura itinerante agrada ao sambista Arerê, que comanda, junto com outros artistas, o Alerta Geral, primeiro bloco de samba a desfilar na quinta-feira no Campo Grande. Diretamente envolvido na questão, ele prefere não alimentar a polêmica. “Não tem importância que ano que vem a abertura seja na Barra, o que não pode é ser lá todo ano. Podia alternar, cada ano ser em um ligar”, opina.
O cantor Márcio Víctor, que se apresenta com a banda Psirico durante quatro dias de Carnaval, dois em cada circuito,  defende que a família real momesca continue recebendo as chaves da cidade no Campo Grande. “Mas só sou a favor se isso não prejudicar os blocos de samba, porque eles merecem desfilar em um horário que todos possam sentir a emoção do samba baiano passar na Avenida”, analisa. “Os blocos de samba e afros precisam de visibilidade para fortalecer nossas origens e perpetuar o Carnaval”.
Já o compositor e baixista do Jammil, Manno Góes, acha besteira toda essa discussão. “Há muito tempo as pessoas não dão mais importância à abertura do Carnaval. Isso não muda nada. Pra mim, não faz diferença se vai ser na Barra, na Pituba ou no Caminho de Areia. Não precisa de chave, a cidade já está aberta”.
Prefeitura diz que Conselho tem autonomia

O prefeito João Henrique informou, através de sua assessoria, que o Conselho do Carnaval tem autonomia para tomar decisões desse tipo e que a prefeitura não pode passar por cima delas. Além da Saltur, o Conselho inclui representantes de blocos, camarotes e da própria prefeitura, além de outras entidades carnavalescas.

No início do ano, João prometeu revitalizar o Carnaval da Avenida e, durante a festa, chegou a incentivar o encontro de trios na  Castro Alves. “A Praça Castro Alves é um símbolo do Carnaval de Salvador. Portanto, a prefeitura está oferecendo mais essa opção para o folião. É uma valorização desse espaço, que é muito importante na história dos Carnavais de Salvador”, disse João, na época.
Fonte: Correio da Bahia

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