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Geógrafo pela Universidade Estadual de Santa Cruz-UESC,Ilhéus/Itabuna; Urbanista pela Universidade do Estado da Bahia, UNEB, Campus Salvador; Especialista em Metodologia para o Ensino Superior, pela Fundação Visconde de Cayru; pós-graduando em Ecologia e Intervenções Ambientais pelo Centro Universitário Jorge Amado, UNIJORGE.

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quarta-feira, 20 de julho de 2011

Economia - início da industrialização na Bahia

Nunca simpatizei com o carlismo, mas vale a pena postar esta matéria. São dados históricos. Se o caro leitor achar romântica e com puxa-saquismos, não se esqueça de que a fonte pertence ao grupo. Alguns trechos sem importância foram suprimidos. Mesmo assim, boa leitura!



Memória: Polo é exemplo de como ACM usava a política a favor da administração



Era uma Bahia quase toda sustentada sobre pés de cacau. Era um jovem governador interessado em tirar sua terra do aspecto de casa de árvore, sujeita a ruir em ventanias. Era  1971, e os temporais eram fortes. Mas Antonio Carlos Magalhães estava a fim de desviá-los. Há 40 anos, ele mostrava como usar a força política a favor da administração, ao conseguir driblar a corrente contrária soprada pelos paulistas, interessados em abocanhar o que virou o principal motor da economia baiana: o Polo Petroquímico de Camaçari.Naquele ano, havia um lobby fortíssimo junto ao presidente Emílio Garrastazu Médici para não deixar o Polo vir para a Bahia. “Eles queriam ampliar o de Paulínia em São Paulo. Mas ACM interviu e conseguiu o apoio de Ernesto Geisel, que era o presidente da Petrobras na época. O episódio mostra uma de suas principais marcas como administrador público, que era utilizar seu prestígio político a favor da Bahia”, conta o ex-senador Antonio Carlos Júnior, filho do político baiano, morto há exatos quatro anos.“Havia nele algo que não existe mais, que era ser absolutamente político, ao mesmo tempo em que se mostrava extremamente preocupado com a administração”, assinala o radialista Mário Kértesz, que foi secretário de Planejamento, Ciência e Tecnologia na primeira gestão de ACM no governo baiano (1971-1975). “No episódio da implantação do Polo, ele peitou Delfim Neto (o então todo-poderoso ministro da Fazenda de Médici), que preferia ver as indústrias em São Paulo. E isso estava quase acontecendo”, completa
ACM acompanha obras no Polo Petroquímico de Camaçari, que só não foi para São Paulo devido às suas intervenções políticas junto aos militares
Urgência
A manobra para trazer o Polo para a Bahia não vinha apenas de um desejo pessoal. Até a consolidação do complexo industrial de Camaçari, na Região Metropolitana, a economia da Bahia era cerca de 65% dependente da lavoura cacaueira do Sul do estado. “Ele via as coisas muito à frente do seu tempo. Percebia que não dava para deixar quase todo o estado dependente de uma monocultura. E usou sua força política para sair do atraso”, aponta Antonio Carlos Júnior.
Estava certo. Nos anos seguintes à luta para implantar a industrialização na Bahia, a lavoura que durante décadas sustentou a economia do estado entrou em declínio. Primeiro, com a queda do preço no mercado internacional. Depois, com duas pragas devastadoras: a podridão parda  e a vassoura-de-bruxa, que praticamente exterminou os cacauais a parir de 1995. 
“Existe uma Bahia antes e depois do Polo.  Foi a partir dele que começou o desenvolvimento da infraestrutura industrial no estado, com a criação do Porto de Aratu e da Cetrel (o ”coração“ ambiental do complexo petroquímico, criado em 1978)”, destaca o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), José de Freitas Mascarenhas. A “peitada” de ACM nos paulistas fez com que seu primeiro grande projeto se tornasse o maior conjunto integrado de indústrias do Hemisfério Sul.
Tentáculos “Sua marca registrada era a de grande realizador. Nunca se conformou em ser apenas mais um. E para isso ele não tinha receio nenhum de usar seu respaldo político a favor da Bahia em todos os cargos que exerceu”, lembra o ex-senador Waldeck Ornelas,  ex-ministro da Previdência no segundo governo de Fernando Henrique Cardoso e um dos mais próximos colaboradores de ACM. Para Ornelas, o Polo fez parte de uma estratégia que o baiano consolidou nas décadas seguintes.“Ele tinha obsessão em ocupar todos os espaços na Bahia, através de programas regionais específicos. Não tinha a menor cerimônia de usar seu prestígio para arrancar empréstimos no Banco Mundial e no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)”, acrescenta Ornelas. E foi através da grana obtida e das ações políticas junto ao governo federal que ele conseguiu implantar o agronegócio no Oeste no segundo governo, criar estradas, levar água a Irecê e Bom Jesus da Lapa, quando foi presidente da Eletrobrás no governo Geisel (1975-1979). “Ele não tinha medo de se expor. Para ajudar a Bahia, era capaz de tudo”, salienta Antonio Carlos Júnior.
Em 1958,  com o governador Antonio Balbino, olhava para a cidade que transformaria na década seguinte

Pressão de ACM para FHC assinar medida possibilitou instalação da fábrica de automóveis em Camaçari

Fonte: Correio da Bahia.



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